terça-feira, 30 de outubro de 2007

A outra que habita em mim

Quando acordei
ela já tinha partido
mas o perfume dela seguia lá
como se ela nunca tivesse ido.

A cama por arrumar
sapatos jogados num canto do quarto
no espelho desgastado
minha imagem atônita
diante da mesma frase de sempre.

Enquanto eu nego sua existência
quase posso sentir suas largas unhas vermelhas
que arranham e sangram minhas lembranças
me fazendo desesperar até renascer.

Ela sempre deixas as pistas que pode.

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