terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

palavras

as palavras despertam em mim
sentimentos irreversíveis
planetas nunca antes habitados.

despertam deuses e monstros
transformação infinita
nada fica em pé.

me fazem olhar para dentro
mostrando sempre o caminho a ser seguido
quando já não existe medo.

elas seguram minhas mãos
no meio da escuridão
que agora encontro em seus olhos.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

escolhas

entre um oceano
e outro
sempre termino
morrendo de sede
no deserto da minha solidão.

sábado, 24 de fevereiro de 2007

distância

entre a minha mão e a sua
mil possibilidades
nenhuma certeza
e um poema
que não sabe rimar.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

a tempestade se aproxima
sim baby, eu sei que sim.
seus olhos de relâmpago no meu espelho
me atravessam todos os dias
me partem, me queimam, me ardem
e me vejo atônita
muda e assustada
diante dela.
ela ainda está no horizonte
mas eu já chovo o tempo todo.

será que sabemos nadar?

domingo, 18 de fevereiro de 2007

olhos de pedra

Te esperei tanto
e por tanto tempo
que nem percebi
os olhos da estátua
no espelho.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

desedium

Mãos e pés atados
enquanto ardo
de desejo por você.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

silêncio

uma palavra
apenas uma
e isso bastaria.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

sevilha

solidão de aeroporto:
eu sozinha no mundo
sem você.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

utopia

Fica decretado
que nenhum amor será impossível
que tudo será verdade
e liberdade.

Fica decretado
que todo amor será
sempre e infinitamente
incondicional.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

x da questão

o que fazer com a vida
que nos deram para viver?

se no fundo, bem lá no fundo,
somos todos crianças em noite de natal
com a caixa de presente, ainda embalada,
nas mãos...

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

abismo

Apenas um vazio
apenas essa dor
apenas uma imensidão
repleta de nada.

Apenas eu
perdida eternamente
na sua mirada.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

nau

Eu finjo
que essa dor não queima minha pele.

Eu finjo
que esse desejo não dói.

Eu finjo
que esse silêncio não me assusta.

Eu finjo
que essas lágrimas não são minhas
enquanto você naufraga
na solidão dos olhos meus.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

vazio

medo me dá
quando eu abro os olhos
e você não está.